quinta-feira, 13 de julho de 2017

Tríptico, A Arte em 3 Gerações


Por Ernesto Simões

A bem sucedida Mostra Tríptico, A Arte em 3 Gerações foi inaugurada no dia 11 de julho de 2017, no Palacete das Artes do Museu Rodin,  com curadoria de Mário Britto que de forma inusitada e muito feliz reuniu trabalhos de 3 artistas da mesma família: Jenner Augusto, Guel Silveira e Zeca Fernandes, respectivamente Pai, Filho e neto. Com certeza uma realização pioneira. 


O vernissage foi um sucesso e contou com a presença de artistas, arquitetos, decoradores, críticos de arte, jornalistas e personalidades locais.
Uma exposição muito bem planejada, com montagem impecável, expondo a produção artística da família de artistas em linguagens técnicas, estilísticas e visuais diferenciadas, porém com muita emoção, plasticidade e unidade, proporcionando ao espectador fazer a leitura das diferentes visões de mundo e formas de expressão, criando assim um dinamismo que direcionou aos presentes percorrer toda a mostra com interesse e grande satisfação. Afinal a ideia é genial e o curador está de parabéns.



Algumas considerações sobre o grande patriarca das 3 gerações de artistas.


Jenner Augusto da Silveira,  nasceu em Aracaju, SE em 1924 e faleceu em Salvador,  BA em 2003, onde residia desde 1949. Pintor, cartazista, ilustrador, desenhista, gravador fez alguns trabalhos expressivos em sua terra natal, e em Salvador atuou como conceituado artista plástico, na segunda metade do século XX, sendo um dos artistas modernistas  pela sua pintura expressiva, numa linguagem pessoal, com forte abstração e emoção nas pinceladas, formas e cores, mesmo retratando a realidade, marcando assim seu estilo e expressão. Pintou paisagens de Salvador e o Bairro dos Alagados, naturezas-mortas, cenas de camponeses, meninos de engenhos e retratos.  
No início de sua carreira, em Aracaju- SE realizou nas paredes do Bar e Restaurante Cacique, no Parque Teófilo Dantas,  paineis em  1949.   
No mesmo ano veio residir em Salvador e foi  assistente no ateliê de Mário Cravo Júnior e participou  com Lygia Sampaio e Rubem Valentim, da polêmica exposição Novos Artistas Baianos,  no Instituto Histórico e Geográfico da Bahia. 
No início da década de 50 realizou no Centro Educacional Carneiro Ribeiro um painel em afresco, Evolução do Homem. 
Expõe individualmente no Rio de Janeiro, vindo a ter reconhecimento nacional. Conheceu Cândido Portinari e José Pancetti,  que recomendaram à crítica e aos colecionadores o artista e seu belo trabalho.
Em 1966, tem incursão internacional, sendo convidado para inaugurar a mostra, Baianos na Filadélfia e no  ano seguinte, viaja pela Europa: França, Itália, Holanda, Inglaterra e Bélgica, onde conhece Paul Delvaux. Nestas viagens faz anotações, estudos e desenhos, editando-os em um álbum, publicado em 1970. 
Há pelo menos três livros sobre sua obra:
Jenner: A Arte Moderna da Bahia, de Roberto Pontual, editado pela Editora Civilização Brasileira.
Os Alagados de Jenner, um álbum com cinco serigrafias e texto de Adonias Filho, editado pela Ranulpho Editora de Arte, 
Um livro-álbum denominado Jenner, com reproduções de sua obra, em cores e em preto-e-branco, desde os primeiros trabalhos, publicado pela Imprensa Oficial da Bahia. 
O livro Tenda dos milagres de Jorge Amado foi ilustrado pelo artista.









Guel Silveira, Desenhista e Pintor, filho de Jenner Augusto


O artista apresenta criações onde a abstração figurativa, se destaca, em 2 linguagens diferenciadas tecnicamente: Colagem e pintura, mas interligadas nas configurações, composição, expressão.
Na primeira uma certa rigidez da forma geométrica se evidencia e na outra, a pintura, as formas se modelam com uma maior plasticidade, por um movimento sutil  e as ricas composições texturais que se direcionam sobre as superfícies do elemento central que surge em destaque, pela sua imaginação criadora, nos intuindo que neste processo, o apuro técnico está aliado ao prazer da criação com implícita emoção e dedicação.
O fundo, onde o elemento central está inserido, exerce o papel de segundo plano, acolhendo a figura central que se evidencia no espaço. 






Nas colagens de superfícies planas geometrizadas, constroe figuras onde a unidade se destaca em cada obra, criando na superposição de relevos em cores que se contrastam, expressando sua linguagem visual contemporânea, numa configuração construtivista. Nos parece que nestas criações, o artista executa uma premier para suas criações em pintura, exercendo assim, uma linha de continuidade, impregnada de estilo pessoal, em linguagens técnicas diferenciadas  mas que se interligam como num processo de continuidade. 








O artista plástico Zeca Fernandes, o neto.
Impressionou a todos com sua belas imagens fotográficas, que em alguns momentos são valorizadas com interferência digital,  repletas de poesia, beleza e plasticidade. Um dos pontos marcantes da exposição. Suas imagens tanto de paisagens e arquiteturas de suas viagens à Europa, como de locais da Bahia, captadas pelo seu olhar apurado, artístico e refinado. 


















O curador da Mostra, Tríptico A Arte em 3 gerações,  Mário Britto.




A colunista Michelle Marie Magalhães com muita elegância e charme, prestigiando a mostra.


Ruy Botelho e Celeste Leão muito queridos, ao lado dos artistas plásticos expositores Guel Silveira e Zeca Fernandes, os anfitriões da noite.



A conceituada Artista Plástica e Professora da Escola de Belas Artes da UFBA, Marlene Cardoso, marcou presença na bela exposição.


Vera Garcez uma das presenças marcantes na mostra Tríptico, A Arte em 3 Gerações.


O arquiteto, professor e artista plástico Jamison Pedra.



Ernesto Simões e Lilian Morais Morais, com visões de artistas plásticos,  muito satisfeitos com a exposição e a diversificação das linguagens que tornou a mostra interessantíssima.


A Designer de Interiores Selma Villa Bandeira ao lado de uma das belas e surpreendentes obras de arte de Guel Silveira.


Com a empresária Izabel Góes e o Chef francês Laurent Canovas.



A Artista plástica Almira Reuter, marcou presença.



Com a artista plástica Guidha Cappelo.


Foi para mim um grande prazer estar presente na exposição e escrever esta matéria sobre o acontecimento. Parabéns ao Palacete das Artes do Museu Rodin, o seu diretor o artista plástico Murilo Ribeiro, aos artistas plásticos expositores e a todos os envolvidos na produção da Mostra e a curadoria. Um Sucesso!



Ernesto Simões