segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O Potencial Artístico de Célia França, Genuíno, Atemporal e Brasileiríssimo.


Por Sob o Olhar de Ernesto Simões Artista Plástico




Ontem por mais uma vez constatei o potencial artístico da cantora baiana Célia França, no La Bouche, que com muito talento ultrapassa a interpretação musical, imprimindo às suas apresentações uma versatilidade tanto na musicalidade como na expressão cênica e emoção que concerne às suas performances. 






Em alguns momentos a artista que é uma representante genuína da Música Popular Brasileira, incursionando pelo que há de melhor no contexto, nos surpreende pela sua voz, que do agudo ao grave não perde as características melodiosas que a identificam.





Em homenegem à minha mãe contemplou-a com Sertaneja, dando um show de apresentação, como um pássaro cantando na noite. 





O seu repertório é atemporal, visto que nele se inclui nossa música tanto atual, como passada. Atualmente com raras excessões poucos são os cantores que se dão ao luxo de escolher seu repertório, sem qualquer tipo de compromisso com modismos ou fins comerciais. Célia simplesmente vive o que canta e através deste ofíco, que mais me parece sua vocação para expressar emoções, visão de mundo e seus sentimentos mais profundos. Estas são as características dos verdadeiros artistas, amar aquilo que faz, como a si mesmo e com a sinceridade do seu ser. Em Chico Buarque de Holanda, dentre outros grandes nomes da nossa cultura musical, a artista incursiona magistralmente, selecionando algumas das suas grandes composições, imprimido a elas muito mais que o canto, mas sim, uma interpretação ao pé da letra, conseguindo assim conferir à consagrada Geni, um estilo diferenciado de tudo que já vi, chegando a nos lembrar toda garra e dramaticidade do fado, pela emoção que impregna à obra prima do consagrado autor.






Desta forma a artista se evidencia no panorama musical da Cidade de Salvador, e naturalmente vai alcançando seu espaço, sem apelar nem se submeter a valores diferenciados daquilo em que acredita, ao meu ver, e sim num compromisso sincero no expressar-se. A arte em todas as suas manifestações é a expressão mais genuína do artista e isto Célia com certeza é, Genuína e Brasileiríssima.


Célia França uma artista representativa da boa música popular brasileira








segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A Arte Inusitada e Sustentável de Jeane Garbi



Por Ernesto Simões

Em tempos que a ordem do planeta é a sustentabilidade, muitos artistas têm se utilizado deste conceito e também o assunto tem despertado bastante interêsse naqueles que possuem bons olhos para ver mais além, que os restos de lixo propiciam possibilidades  recicláveis e  assim uma forma de expressão artística. 
Desta forma chamou-me atenção o trabalho da artista plástica autodidata Paulistana Jeane Garbi que se despertou para criar artisticamente, com restos  que eram descartados e se transformavam em lixo,  em seu local de trabalho. Desta forma estimulou-se passando  a ver nestes materiais possibilidades plásticas e assim criou assemblages  em espaços bidimensionais, aproveitando  as estruturas de cada material  e as possibilidades de manuseá-los na criação.
O resultado desta sua inserção no mundo das artes lhe possibilitou expressar suas emoções, visão de mundo e elaborar criações artísticas com ritmo, harmonia, unidade, desenvolvendo assim seu senso estético, visto que a arte é uma das suas grandes paixões.
Também o seu trabalho me chama atenção por refletir uma linguagem pessoal, e  a contemporaneidade não somente no que concerne a sustentabilidade, mas a novas e inusitadas formas de expressão. E assim com poucos elementos a artista engenhosamente concebe sua estética e ocupa harmoniosamente o espaço, em composições onde o geometrismo é a concepção, em  obras muito bem elaboradas e construídas.


Sobre sua obra a artista explica:

"Sou uma amante do que é belo. Arte, moda, design e arquitetura, são áreas que enchem meus olhos e estimulam minha criatividade. Minha formação acadêmica é na área de humanas, colaborando para que meus instintos artísticos florescessem. Sou autodidata em meu trabalho artístico, pois depois de vinte anos convivendo em uma mecânica de usinagem, vendo o material excedente que era descartado na execução dos trabalhos, com formas inusitadas e intrínsecas, despertaram e estimularam minha criatividade para iniciar minha proposta de aplicação de metais sobre tela, além de ser artesã, trabalhando com pinturas e texturas personalizadas em objetos de madeira. 
Sempre que via os cavacos, estimulavam muita criatividade pelas formas únicas que apresentavam, imaginando como poderia utilizá-los. Imaginava escultura 3D, porém optei por 2D, quando descobri a resina que uso, sem agredir o resultado final, pois é transparente e muito fluído.
Minha proposta artística consiste em utilizar metais (alumínio, aço, cobre, ferro, latão, aço inox) aplicados sobre telas (canvas), originando trabalhos minimalistas e orgânicos. Os metais aplicados não agregam peso significativo para a obra, uma vez que a espessura é decimal. Estes metais são aplicados após pintura acrílica, e com uma resina que não interfere no resultado final, trazendo leveza à aplicação. Os metais utilizados são garimpados em mecânicas de usinagem, que são "sobras" dos serviços executados, e que muitas vezes se perdem no processo de reciclagem, portanto agrego também a questão da sustentabilidade ao meu trabalho. Estes metais em sua maioria possuem "vontade própria", sendo obrigada a respeitar suas características estruturais, quando viável altero sua forma para alcançar minha proposta. O resultado é um trabalho exclusivo, já que o material garimpado muitas vezes é único."