quarta-feira, 31 de julho de 2013

A Verdadeira História da Abolição




Por Eldrita Hausmann de Paula e Sandra Muller Schroeder


Nas escolas é ensinado que em um belo dia de 1888, a compaixão cristã bateu mais forte na Princesa Isabel e então ela assinou a Lei Áurea, que colocou fim à escravidão e então os negros brasileiros puderam viver felizes. O fim do trabalho escravo já era debatido na sociedade mundial, desde o Iluminismo, passando pela Revolução Industrial e sua necessidade de construir um mercado consumidor para seus produtos. O escravo, como não ganha salário, não consome. Assim, a sociedade brasileira sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que substituir este tipo de exploração da mão de obra, por outro mais “moderno”. Como a base da economia brasileira era o trabalho escravo, a substituição por “escravos assalariados” não poderia ser feita de forma tão brusca. Era necessário um processo para que os nossos grandes fazendeiros pudessem adaptar a produção e não ter prejuízos.







Em 1850, por pressão do Imperialismo Inglês, o Brasil promulgou a Lei Euzébio de Queiroz, que proibia o tráfico de negros, ou seja, não se poderia mais trazer africanos escravos para o país.



Em 1871 a chamada Lei do Ventre Livre declarava que todos os filhos de escravos nascidos desde então, seria considerados livres. Na prática, pouca coisa mudou, afinal a criança só poderia sair de perto da mãe escrava quando completasse a maioridade.



Em 1885 a chamada Lei do Sexagenário declarava livre todos os escravos com mais de 65 anos de idade. Será que um trabalhador escravo, trabalhando cerca de dezesseis horas por dia, com uma dieta de feijão com farinha e dormindo na insalubridade da senzala chegaria a esta idade?
Com a Lei Áurea, os trabalhadores negros foram substituídos em seus serviços por imigrantes europeus, que eram a ralé da Europa, camponeses sem-terra que fugiam da miséria e aceitavam qualquer tipo de trabalho. E, aos empresários do café, era melhor pagar um salário de fome para seu empregado, do que ter que sustentar um escravo. Com a abundância de mão de obra imigrante, os ex-cativos acabaram por se constituir em um imenso exército industrial de reserva, descartável e sem força política alguma na jovem República.

Quando os negros ficaram livres, significa dizer também que ficaram sem trabalho, sem casa, sem comida, sem seguro-desemprego, etc. Por mais que a condição de vida de um escravo seja péssima, pelo menos tinha o que comer e onde se abrigar. Quando da “abolição”, qual alternativa restou para este ex-escravo estigmatizado pela uma elite branca? Estes ficaram jogados à própria sorte. A esse respeito, Célia Maria Marinho de Azevedo lembra que:

“A força de atração destas propostas imigrantistas foi tão grande que, em fins do século, a antiga preocupação com o destino dos ex-escravos e pobres livres foi praticamente sobrepujada pelo grande debate em torno do imigrante ideal ou do tipo racial mais adequado para purificar a ‘raça brasílica’ e engendrar por fim a identidade nacional”.

Literalmente expulsos nas fazendas onde viviam, foram proibidos de ocupar as terras desocupadas do interior do país, muito embora surgissem algumas comunidades quilombolas que resistiram bravamente. O governo Imperial, que representava o interesse da elite cafeeira, não se preocupou com esta massa de negros jogados na rua. Uma vez jogados na rua, foram viver nas ruas. Devido à repressão do Estado, que não queria ver pobre andando nas vias públicas e incomodando as dondocas em suas compras, os negros foram mais uma vez expulsos do centro da cidade e lhes restou apenas a opção de fazer abrigos improvisados em locais onde não ficassem tão longe do centro, pois precisavam ir lá diariamente em busca de bicos para sobreviver (nascem as favelas brasileiras). Os que nem bicos arrumavam, o que fazer para conseguir o pão de cada dia? Jogos de azar, pequenos furtos, venda de produtos ilegais, etc.






Além disso estes negros não sabiam ler ou escrever, simplesmente porque os seus antigos donos não lhes havia ensinado e agora livres não podiam ir à escola porque não existiam escolas publicas para todos, mas apenas para os filhos dos brancos.
O mais importante defensor da imigração como fator constitutivo de uma “raça brasileira” foi Silvio Romero (1851-1914). Republicano e antiescravocrata, ele notabilizou-se como crítico e historiador literário. Romero preocupa-se em relacionar fatores físicos e populacionais do País ao desenvolvimento da cultura. Segundo ele, no Brasil, desde o período colonial, se formou uma mestiçagem original. Este seria um fator decisivo para a superação de nosso atraso, através da futura constituição de uma “raça” brasileira, com supremacia branca. Daí a necessidade da imigração europeia. Vamos às suas palavras, em 1885, na introdução do livro Contos populares do Brasil (1885):

“Das três raças que constituíram a atual população brasileira a que um rastro mais profundo deixou foi por certo a branca segue-se a negra e depois a indígena. À medida, porém, que a ação direta das duas últimas tende a diminuir, com o internamento do selvagem e a extinção do tráfico de negros, a influência europeia tende a crescer com a imigração e pela natural tendência de prevalecer o mais forte e o mais hábil. O mestiço é a condição dessa vitória do branco, fortificando-lhe o sangue para habilitá-lo aos rigores do clima”.
Essas opiniões evidenciam o pensamento dos abolicionistas sobre a composição étnica pretendida para o País. Membros das camadas médias e altas urbanas, cultos, cosmopolitas, alguns ligados diretamente à oligarquia rural – caso de Nabuco – e em sua maioria defensores do “progresso” (os positivistas) ou do “desenvolvimento” (os liberais), a eles interessava sobretudo a modernização do país, a equiparação de hábitos de consumo aos correspondentes das camadas mais altas dos países ricos e a integração do Brasil, tanto econômica, como política e ideologicamente, aos parâmetros do liberalismo.






Não havia contradição, em fins do século XIX, em alguém se apresentar como um acendrado abolicionista e, ao mesmo tempo, manifestar um racismo ou um elitismo acentuado. Não há vínculo entre ambas as coisas, assim como não havia compromisso algum entre a grande maioria dos abolicionistas e os negros cativos. O mais importante era não tocar na ordem institucional, que tinha como pilar central a grande propriedade da terra.

Referências:

Cássio Augusto – professor e mestrando em História UEM - PR
Livro: "O destino dos negros após a abolição" Gilberto Maringoni - São Paulo
Livro: "Guia politicamente incorreto da história do Brasil" - Leandro Narloch - São Paulo

Hélio Basto, Um Grande Marco da Arte Baiana, Um Ser Humano Introspectivo, Porém Um Artista Genial.


Por Ernesto Simões


Um dos grandes valores das Artes Plásticas Baianas e Basileiras o Pintor Hélio Basto, já falecido há algum tempo, morreu no esquecimento da maioria e das galerias, embora tenha sido um grande marco da arte moderna na década de 50, assim como produziu uma obra sempre coerente e em evolução até os últimos dias de sua vida. Tive o privilégio de conhecê-lo pessoalmente através de um amigo  em seu Atelier Residência, localizado no centro da Cidade de Salvador, bem próximo ao Relógio de São Pedro. O Artista vivia modestamente, morava de aluguel e embora já tivesse em outro momento o seu próprio, porém desfez-se, não tinha ambição de status e nem de dinheiro, gostava de viver como artista, no seu atelier, o importante era criar e ganhar para sobreviver.  Já tinha muitas referências de sua pessoa, mas principalmente de sua maravilhosa obra, através de um dos seus grandes admiradores e colecionador do seu trabalho, o renomado arquiteto Ronald Lago, que tem verdadeira paixão pela sua Pintura. Sempre tive o desejo de conhecê-lo pois sua postura enigmática causava-me admiração, sendo apresentado por uma das raras pessoas que tinham acesso ao mesmo, José Batista, pois Hélio, muito introspectivo, refugiava-se em seu mundo pessoal e a poucos era permitido compartilhá-lo. Algumas vezes o visitei e fui intermediador para   apresentá-lo à professora Vania Bezerra de Carvalho,  de História da Arte Brasileira e Mestra em Teoria da Arte pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, de quem fui monitor por 2 anos da disciplina que ministrava, e desta forma sendo ela fascinada pela  obra de Hélio e pela sua postura artística, assim como pela personalidade e genuinidade e na época, objetivou escrever um livro,  e por várias vezes a acompanhei nas entrevistas, para que pudesse dissertar sobre a vida, obra e trajetória do artista e como historiadora resgatar a sua História.


Hélio uma pessoa cheia de personalidade, com grandes olhos sempre atentos, notívago, tendo verdadeiro hábito por cigarro e cafezinhos, uma das suas grandes companhias, ao visitá-lo sentia-me próximo a um mito, pois sua grande paixão a Pintura que se dedicava totalmente, mesmo muito doente e praticamente isolado  do mundo exterior.

Sobre Helio refere-se Vania com toda propriedade e conhecimento, pois in loco pesquisou e dele teve depoimentos:

“trata-se de um artista independente. Não está ligado a grupo ou tendência, mostrando uma coerência incrível. Sentimos sua evolução dentro da linha de continuidade. Ele sempre se manteve da arte com dignidade, sem fazer concessões”... “se sente meio desambientado da Bahia de hoje, angustiado com a imagem de sua terra que não é a mesma de tempos passados. Como se a Bahia tivesse perdendo a sua alma."... “Nessa desumanidade,  a Bahia não reconhece seus verdadeiros valores”.


Vania já escreveu e publicou em jornais e períódicos de artes, alguns artigos sobre Hélio, inclusive entrevistas  com o artista, a idéia do livro continua em seus planos.

O Artista juntamente com Carlos Bastos, Mario Cravo, José Pedreira frequentava a Boate Anjo Azul, Na Rua do Cabeça nos idos  de 50, local onde se promovia encontros  de artistas,  um point  na época, e  juntos foram  pioneiros  da  arte moderna  na  Bahia.  Hélio se decepcionou muito  com a sua terra e daqui saiu indo morar  por vários  anos  em São Paulo, mas depois retornou e viveu aqui até a sua morte. 

Helio Basto teve uma fase surrealista, depois retratista e nos últimos tempos, na pintura encontrou uma nova linguagem, desvencilhando-se dos tons sombrios, da luz e sombra dos retratos, cedendo lugar a um trabalho onde o geometrismo e  a relação figura espaço compõem e definem a obra pictórica, num desenho ritmicamente harmonioso, pois era um grande desenhista, utilizando-se de  cores puras, chapadas, com forte contraste, mas sempre com muita luz, suavizando a obra, e o lirismo de suas composições.


Um exemplo de retrato, esta bela tela onde representa uma mulata  com toda sua expressividade, onde os recursos de luz e sombra preponderam, mas como sempre imprimindo nesta sua criação, o conhecimento do desenho e genialidade.




Outro retrato significativo do artista Hélio Basto, da também artista baiana e amiga do Pintor, Yêda Maria, que reflete e reafirma o talento e versatilidade da sua Obra, do percurso  e transformação estilística, onde os fortes contrastes de luz e sombra, vai cedendo lugar a simplificação na representação da forma, abstraindo-se dos detalhes, das configurações realistas, imprimindo assim uma maior expressividade tanto no traço, na  forma, compondo com superposições e indicações de espaço e contrastes de tons.



Seus últimos trabalhos, fase onde a simplificação da forma e espaço, assim como os tons chapados, aliados a um desenho primoroso e principalmente  a figura e espaço interagindo-se com lirismo e sensibilidade refletem a sua maturidade e coerência artística.






O principal das últimas pinturas de Hélio é sua marca registrada, impregnada nas suas criações e tenho a certeza que fica fácil identificar sua obra, nesta bela e moderna ambientação.




E desta forma presto minha homenagem a Hélio Basto, um dos grandes artistas baianos e do cenário Nacional.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Passo a Passo a Montagem da Festa de 89 Anos de Minha Mãe




Por Ernesto Simões

  Num salão de festas para 60 convidados vou enfocar o ambiente principal. O espaço não possui infraestrutura, nem cadeiras e mesas, só o bar e o salão. Vamos passo a passo compor o espaço até ficar pronta a decoração.

O importante para montar sua festa são os acabamentos, principalmente as paredes e estrutura do espaço. Nada sobressai se as esquadrias ficarem aparentes e como no local não se pode furar as paredes de pastilha, nem o teto, para que as esquadrias recebessem cortinas, tinha que usar algo leve, para ser colado com fita de silicone e assim a idéia foi um material de pouco custo,  e de efeito, o cami branco. Aconchegará o ambiente, tornando-o acolhedor. 



Assim que colocada a cortina do motivo central, foi posta a mesa que recebeu uma toalha de cetim branca, com uma sobretoalha preta, também de cetim, e sobre elas  uma caixa com  uma outra de bolas pretas com fundo branco. Depois foram arrumadas as surpresas e a decoração foi tomando forma. O tapete para acolher a mesa em tom neutro, bege.






Depois foi colocada outra mesa para o bolo e alguns doces e esta forrada com cetim branco, recebe uma sobretoalha preta e numa elevação, uma toalha com fundo preto e bolas brancas. Desta forma a concepção do espaço está se constituindo e  intuindo para as mesas seguintes que o irão compor.


O vaso branco com flores de papel crepom para acolher as flores naturais   e o bolo será colocado em fruteira para ter altura e sobressair, copinhos espelhados para velas em torno da mesa. A cortina recebeu um chale para acabamento.

Vejam a seguir, outro ângulo do espaço central.



É muito importante a iluminação e foi colocado um jogo de luzes que se movimerntaria em torno do arranjo central, mudando de cores e formas. A iluminação é outro item essencial   na decoração de festas.



Posteriormente foram colocadas as cortinas nesta parte central, com os acabamentos, para receber depois as mesas de buffet. Para ventilação as aberturas das janelas ficaram livres.



Foi colocado uma 
tela com iluminação central para destacá-la.




Na outra janela foi colocada a cortina.


E desta forma a ambientação esta sendo construída, com as outras cortinas da lateral.




Preparada a cortina lateral vamos para a continuidade do espaço onde uma mesa com retratos da aniversariante é enriquecida com  uma mandala indiana, em desenho espiral simbolizando o tempo, associando assim às fotos de várias fases da vida. Um aparador recebe quadro e objetos  de decoração, pois a ideia é criar um ambiente de casa para personalizar e aconchegar. Todos os dois, aparador e mesa  têm iluminação. Sobre a toalha branca foi colocada com caimento um tecido com fundo preto com bolas alvas.



Dando continuidade  foi feita outra cortina para uma porta e neste espaço foi colocado um sofá de 2 lugares de palha, com manta e almofadas e no bar dois quadros.


Os quadros no bar dão continuidade a linguagem da decoração.


A janela ao lado da porta de entrada foi colocada cortina assim como quadros na parede lateral.


 Preparada as estruturas laterais vamos para a mesa de buffet e as centrais. Mas antes vamos ver num ângulo mais ampliado o que foi feito até então, em um dos destaques principais.


Pela manhã foram adicionadas mesas, cadeiras e as do buffet que dão continuidade nas laterias da central, e o espaço já esta sendo composto, porém nas imagens seguintes as outras mesas serão vistas com sua decoração. As toalhas de bolas com padrões alternados, são detalhes das mesas, criando assim unidade e no final serão colocadas as rosas alvas envolvidas em papel crepom  e fitas, para que sejam entregues no final da festa aos convidados. Os arranjos das mesas são diferenciados, para não ficar momótona e repetitiva a ambientação.








A Aniversariante terá a cadeira  diferenciada das demais, ficando na cabeceira, facilitando os cumprimentos dos convidados.



A mesa da aniversariante será a única retangular, compondo com o aparador e a mesa de porta retratos um ambiente de casa, bem familiar.



Observem se não nos dá a sensação de estarmos numa casa.





Vejamos a mesa da aniversariante pronta, com flores, mais tarde receberá pratos e talheres. Os castiçais com donzelas dão um toque aconchegante e o arranjo da mesa lateral sem flores, só folhagens exóticas, para não ficar repetitivo e demasiadas informações. A luz ambiente das luminárias criam aconchego e com certeza a festa acolherá melhor os convidados.


E assim o ambiente já bastante adiantado na sua concepção, com iluminação tênue, já indica que a festa promete e dá o ar de sofisticação sem tão grandes aparatos, como de costume.


Em outro ângulo vemos mais detalhes da ambientação



Visão de outro ângulo, podemos observar que os arranjos se diferem.


O jôgo de luz em torno do arranjo principal, deu um toque especial e todos os cantos recebem iluminação direcionada.



Ultimos arremates antes da festa, algums alimentos perecíveis só podem ser colocados no momento que se iniciará o evento.
Geralmente faço uma mesa de frios com vários tipos de quieijos e derivados e salgados.....Depois é servido um jantar. Bbidas variadas, muito espumante, cervejas pois tem os adeptops, Wisky, suco de uva integral, refrigerantes pois a maioria não dispensa, água, água de coco, pois temos de atender a todos os gostos e hábitos alimentares...detalhe este importantíssimo, variedade no cardápio e ter sempre mais de um tipo de carne, pois atualmente a branca tem muitos adeptos. Assim como produtos naturais: passas, ameixas, tomate sêco, castanhas, nozes, de preferência fatiadas, castanha do Pará, pessêgos, figos, pastas, etc.



Um item super importante, a música, que sempre deixo a cargo do DjMarcelo Marcs,   https://www.facebook.com/djmarcelo.marcs?fref=ts.
Tem que  ser uma trilha suave, 

de qualidade e Marcelo sabe com competência 

atender meu gosto musical, de forma impecável.



Ernesto Simões com o Dj Marcelo Marcs.


A Festa vai começar e a aniversariante está elegantemente e modernamente vestida com o design e cor da ambientação.

O Buffet assim como o serviço de garçons é super importante para sua festa fechar com SUCESSO

 Produção da festa by Erenesto Simões.