domingo, 25 de agosto de 2013

Uma Homenagem a Artista Mexicana Frida Khalo



Por Ernesto Simões
A sua vida me emociona, uma mulher fora do comum, além do seu tempo. Sua trajetória vence ao pré estabelecido e com um caminho norteado de intempérios fez da sua arte a forma de comunicar seu próprio ser. Para mim Frida não fez parte de nenhum movimento artístico ou estilo estebelecido, ela representou de forma pessoal seu próprio universo, as vezes através de símbolos que claramente expressam sua vivência e o próprio conhecimento que tinha sobre si e fez da arte seu grande aliado para comunicar seus sentimentos e sua forte emoção.




Dizia ela :
“Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei minha própria realidade”
“Pinto a mim mesmo porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor”.

"Eu sou a desintegração"
"Pés, para que te quero, se tenho asas para voar?"
Nos seus quadros além de sua representação física, retratava as  suas angustias, experiências e cosmovisão.

Estes são os grandes artistas que através das suas obras revelam sua identidade e Magdalena Frieda KahloY Calderón foi a mais conhecida pintora mexicana e considerada por alguns a pintora do século XX, nascida em 6 de julho de 1907, em Coyoacan, onde viveu até sua morte, em 13 de julho de 1954.
Foi casada com o famoso pintor e muralista mexicano Diego Rivera, entre 1929 a 1954. Foi um casal de artistas que se destacaram, não só pelos trabalhos, mas pelas personalidades e uma relação explosiva de paixão e bastante tumultuada, resumida por inúmeras traições de ambas as partes.


Seus pais, Guillermo Kahlo e Matilde Gonzalez y Calderón Wilhelm Kahlo. A própria Frida afirmava que seu pai era de ascendência judaico-húngara, mas pesquisadores demonstraram que  era luterano alemão. A sua mãe era católica, de origem indígena e espanhola. Embora o casamento tenha sido muito infeliz, Guillermo e Matilde tiveram quatro filhas, sendo Frida a terceira. Durante a maior parte de sua vida, ela  se manteve próxima ao pai.
Sua vida sempre foi marcada por grandes e dolorosos acontecimentos e em 1913, com seis anos, Frida contraiu poliomielite, a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo do seu percurso. A poliomielite deixou uma lesão no seu pé direito, pelo que ganhou o apelido de Frida perna de pau. Passou a usar calças, depois longas e exóticas saias, que se tornaram uma de suas marcas pessoais.


Sua trajetória artística.
Ao contrário de muitos artistas, Kahlo não começou a pintar cedo, não estava particularmente interessada na arte como uma carreira. Entre 1922 e 1925 frequenta as aulas de desenho e modelagem na Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México e em 1925, aos 18 anos, aprende a técnica da gravura com Fernando Fernandez. 
Então sofreu um grave acidente. o bonde, no qual viajava, chocou-se com um trem. O pára-choque de um dos veículos perfurou-lhe as costas, atravessou sua pélvis e saiu pela vagina, causando uma grave hemorragia. Por isso ficou muitos meses entre a vida e a morte no hospital. Teve que operar diversas partes e reconstruir por inteiro seu corpo, que estava todo perfurado. Tal acidente obrigou-a a usar coletes ortopédicos de diversos materiais. Durante a sua longa convalescença, começou a pintar, usando a caixa de tintas de seu pai e um cavalete adaptado à cama.

Em 1928, entrou no Partido comunista mexicano e conheceu o muralista Diego Rivera, com quem se casa no ano seguinte. Sob a influência da obra do marido, adotou o emprego de zonas de cor amplas e simples, num estilo propositadamente reconhecido como ingênuo. Procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, por isso adotava com muita frequência temas do folclore e da arte popular do México.
Entre 1930 e 1933 passa a maior parte do tempo em Nova Iorque e Detroit, com Rivera.
Em 1938 André Breton qualifica sua obra de surrealista em um ensaio que escreveu para a exposição de Kahlo na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Não obstante, ela mesma declarou mais tarde: Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade.
Em 1939 expõe em Paris na galeria Renón et Colle. A partir de 1943 da aulas na escola La Esmeralda, no D.F. (México).
Em 1953 a Galeria de Arte Contemporânea desta mesma cidade organiza uma importante exposição em sua honra.
Alguns de seus primeiros trabalhos incluem o Auto-retrato em um vestido de veludo (1926), Retrato de Miguel N. Lira (1927), Retrato de Alicia Galant (1927) e Retrato de minha irmã Cristina(1928).








Vida Pessoal

Frida Kahlo e Diego Rivera
Casa-se aos 22 anos com Diego Rivera, em 1929, um casamento tumultuado, visto que ambos tinham temperamentos fortes e casos extraconjugais. Kahlo, era bissexual e teve um caso com Leon Trotski, depois de separar-se de Diego, que aceitava abertamente os relacionamentos de Kahlo com mulheres, mesmo eles sendo casados, mas não aceitava os casos da esposa com homens.
Frida descobriu que Rivera mantinha um relacionamento com sua irmã mais nova, Cristina, há muitos anos, o que a revoltou. Ela os flagrou na cama e num ato de fúria corta todo o seu cabelo, que era bem grande, pois como seu amor era tão grande por ele e com raiva, não conseguiu se vingar nele e sim atacando a  si mesma.
Sua irmã teve 6 filhos com seu ex-marido e Frida nunca a perdoou. Após essa outra tragédia de sua vida, separa-se dele e vive amores com homens e mulheres, mas em 1940 unem-se novamente, e este segundo casamento foi tão tempestuoso quanto o primeiro, marcado por brigas violentas. Uma curiosidade é que ao voltar para o marido, ela construiu uma casa igual a dele do lado da que eles tinham vivido. Essa casa era ligada por uma ponte e eles viviam como marido e mulher mas sem morarem juntos de novo, e se encontravam ou na casa dela ou na dele nas madrugadas. Durante o casamento, embora tenha engravidado mais de uma vez, nunca teve filhos, pois o acidente que a perfurou toda, comprometeu seu útero e deixou graves sequelas, que a impossibilitaram de levar uma gestação até o final, tendo tido diversos abortos.
Tentou diversas vezes o suicídio, devido sua vida extremamente infeliz, sempre era traída pelo marido, viviam brigando, mas nunca   se separou  de vez dele, e também queria poder dar -lhe um filho, porém,  nunca conseguiu. Mantinha seus casos extra casamento mas sentia na verdade,  falta  dele, e tinha que suportar  as traições pois Diego tinha muitas amantes, as quais criavam  confusão com ela por causa dele.
Frida Kahlo em 13 de julho de 1954 contraiu  uma forte pneumonia e  foi encontrada morta. Seu atestado de óbito registra  embolia  como a causa da morte. Mas não se descarta que ela tenha morrido de overdose, devido ao grande número de remédios que tomava, que pode ter sido acidental ou não. A última anotação em seu diário, que diz "Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar - Frida", fato este que sugere a hipótese de suicídio.
Pesquisadores com base na autópsia de Frida acreditam que ela pode ter sido envenenada por uma das amantes de seu marido, que tinham raiva dela por ela ser a esposa.
Diego Rivera descreveu em sua auto-biografia que o dia da morte de Frida foi o mais trágico de sua vida.

A Casa Azul


Quando a conhecemos descobrimos a relação intensa entre Frida, seu trabalho e sua casa. Seu universo criativo está na Casa Azul, local onde nasceu e morreu. Embora casada com Diego Rivera viveu em diferentes lugares na Cidade do México e no exterior, porém, sempre voltou para sua casa em Coyoacán. Localizado em um dos mais antigos e belos bairros do México, a Casa Azul foi transformada em museu, 4 anos depois de sua morte e hoje é um dos locais mais visitados na Cidade do México.